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outros dias

[dia] período de uma rotação terrestre; no plural, existência

Balanço(a) natalício

Janeiro 17, 2013

Não foi o Natal com que sonhámos, mas, usando a expressão do Sr. Silva, foi o Natal possível.

Não falo da crise, das prendas, dos consumismos. Falo de pessoas. De calor humano. De gestos, pequenos, imensos. De coisas que não custam nada. A verdade, bem resumida, é que estivemos com quem quis, de facto, estar connosco.

Agora que penso nisso, não foi o Natal possível: foi o Natal real. Houve gargalhadas, fotos cómicas, conversas sérias, conversas sem sentido, brincadeiras, jogos, filmes, séries, passeios, telefonemas, abraços apertados, beijos demorados, olhares com mil significados, partilhas, coisas doces, saudades apertadas.

Houve, acima de tudo, amigos por perto (fossem família ou não). Um Natal real e, por isso mesmo, um Natal bom.

Ora bem, onde é que eu fiquei mesmo?

Janeiro 24, 2012

O Natal.

A ideia de só comprar prendas para as crianças foi cozinhada durante algum tempo e quando finalmente tomámos uma decisão, aproveitámos que o forno estava ligado e pusemos lá dentro as lembranças para os adultos... literalmente. Passei dois dias inteiros a fazer tabuleiros de biscoitos, que depois enfrasquei, etiquetei e embrulhei em sacos (mais um bocado e ficava com calos nas mãos de tanto puxar pela mola do dispara-biscoitos).

Como este ano havia o fator casa nova, fizemos também questão de ser os anfitriões de dois jantares de Natal… em dois dias seguidos. Cansaços à parte, a verdade é que o espaço e as condições que agora temos só fazem sentido quando partilhados com as pessoas de quem gostamos. Algumas tiveram dificuldade em perceber isso e tivemos mesmo de as ameaçar com uns quantos “Se não for cá em casa, não há Natal para ninguém!”.

No final, acabou por correr tudo bem. Numa das noites éramos treze à mesa (algo impensável na casa antiga) e podíamos facilmente sentar mais umas cinco ou seis pessoas. Haja pratos, talheres, copos e panelas grandes e daqui a nada estamos a organizar casamentos. Foi bom, todos gostaram e nós… bem, nós gostámos mesmo muito :)

A árvore de Natal, agora com um canto próprio na sala, só foi desfeita este fim-de-semana. Em toda a sua existência, nunca tinha tido os ramos completamente abertos, dado o espaço que roubava e os encontrões que sofria. O espartilhamento da dita era tal que as decorações que temos parecem subitamente pequenas e demasiado minimalistas.

O marido diz que ninguém se vai esquecer das nossas prendas e eu espero que não seja por terem ficado com uma valente dor de barriga…

Pela primeira vez em muitos, muitos anos, o Natal voltou a ter parte daquela magia que eu sentia quando era criança e acho que a diferença foi mesmo por termos conseguido dar um pouco de nós próprios àqueles que nos são próximos. Tudo o resto à parte, só por este Natal já valeu a pena termos trabalhado que nem uns lemmings obstinados para termos a casa nova pronta.

Post of the day

Dezembro 28, 2010

Estar a contar um episódio que nos aconteceu, com grande empolgação, gesticulando e fazendo sons a acompanhar e a pessoa que nos ouve (e com quem, por acaso, não falamos há algum tempo) cortar o relato a meio e dizer placidamente:

- Já sabia, li no teu blog / no teu facebook.

 

 

How’s that for weirdness?

Christmas Shots

Janeiro 08, 2009

“Ela diz que não veste as cuecas.”

“Os meus restos de comida são mais velhos que os teus.”

“Eu faço trabalho intelectual, logo, preciso de comer muito açúcar.”

 “A mulher do voice-mail telefona-me a meio da noite. Já lhe disse que não quero nada com ela, mas ela está-me sempre a dizer para carregar nas teclas. Eu carrego, mas ela não se vai embora.”

“O que é que está aqui dentro?”, “Um rabo de lagartixa.”

“Já posso abrir a minha prenda? Já posso abrir a minha prenda? Já posso abrir a minha prenda? Já posso abrir a minha prenda?”

 

"Acho indecente que ninguém me tenha oferecido o livro que eu queria."

 

"E meias? Ninguém me comprou meias? Eu preciso de meias..."

Christmas Carol

Janeiro 08, 2009

O marido acha que o meu desencantamento em relação ao Natal se deve a um qualquer recalcado trauma de infância.

 

Muito pelo contrário. O meu desencantamento deve-se, isso sim, a já ter ultrapassado a fase da infância (ou, pelo menos, assim o devia).

 

Quando era cachopa, os Natais eram passados em casa da minha avó, com as primas e os tios todos reunidos. Eram verdadeiras festas, de peru recheado com coisas estranhas, pastéis e massa tenra e um sem fim de travessas de doces na mesa, juntamente com o bolo-rei e as suas intragáveis frutas cristalizadas. Havia as primas para formar um bando de raparigas a correr atrás do meu irmão para lhe fazer judiarias. Havia o tio que se mascarava de Pai Natal e a quem eu puxei a barba para desfazer a magia. Havia o pinheiro verdadeiro, enfeitado com bolas lascadas e fitas e luzes que demoravam horas a desenlear de um ano para o outro. Havia prendas, que se abriam sofregamente e que eram, algumas, logo ali estrategicamente desviadas das nossas mãos pela Mãe. Havia a família reunida até tarde e depois a tropa toda a descer as escadas do prédio e sair para a noite gelada. E nós ficávamos à janela, a acenar até os carros terem dobrado a rua. Era um dia em que nos deitávamos tarde, excitados com tudo.

 

O segredo era a nossa inocência.

 

Depois crescemos. Eu cresci. E vi que, afinal, a tendência para o bem e a integridade não são qualidades inatas e naturais das pessoas. Nem minhas. E que não dá para fazer undo às asneiras e aos erros.

 

Mas, se não fosse o Natal, os jantares que antes eram na avó e que agora se distribuem por cinco ou seis casas, se calhar não se faziam. E não continuávamos a dizer "Epa, temos que combinar qualquer coisa, só nos vemos uma vez por ano, já repararam?!", "Pois é, pois é...".

 

E isso é, apesar de tudo, uma coisa boa.

 

(e os presentes também! )

Até para o ano

Dezembro 19, 2008

Esperam-me duas semanas de férias laborais.

O blog ficará, provavelmente, abandonado (não é nada que já não venha a ser habitual...).

 

A todos um Bom Natal e Feliz 2009.

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