Terça-feira, 09 De Outubro,2012

Chega depressa, Primavera!

Não gosto desta altura do ano. Não me entendam mal: não tenho nada contra o aconchego das mantinhas e dos chocolates quentes, o chão forrado a folhas castanhas e crocantes, o cheiro a castanhas assadas. Muito pelo contrário. É que o Outono obriga-me a adiar as saídas de bicicleta ao fim do dia por não haver luz suficiente. É chato pedalar às escuras.

À falta de algo melhor que substitua os quilómetros de fisioterapia sobre duas rodas (a ver se as dores nas costas abrandam), sou obrigada a agarrar-me à maquineta elíptica que tenho por casa. Ao som de um rádio fanhoso parado numa estação estranha, com a cabeça a pensar em mil e uma coisas, lá terei eu de me sujeitar a meia hora sofrida a suar quase em bica.

Apesar de já não andar há não sei quantos meses naquela coisa, sei que continua a ser igualzinho: o tempo leva eternidades a passar, não há paisagem para apreciar, nem subidas pejadas de calhaus para ultrapassar, nem poças de lama onde cair, nem cães raivosos dos quais fugir, nem sítios com bolas de berlim onde parar, nem arbustos com cardos para onde nos atirarmos, nem arranhões, esfoladelas ou nódoas negras para fazer, nem nada.

Em suma: pedalar em casa é uma grande, grande seca!

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Quinta-feira, 27 De Setembro,2012

Desconfio que há partes do meu corpo que me vão agradecer até ao fim dos dias

Comprei um selim novo para a minha bina que é qualquer coisa como uau.

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Quarta-feira, 01 De Agosto,2012

:)

Desculpem a ausência de notícias, mas quase que nem sei o que é um computador. Ando demasiado ocupada a mimar a sobrinha-mais-linda e a alimentar a minha bicla com (muitos) quilómetros.

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Sexta-feira, 21 De Outubro,2011

Ou então depeno-te as asas

S. Pedro, amigo, há um momento, temido em qualquer relação, em que um dos intervenientes profere as terríficas palavras "Temos que conversar...". Pois é chegado esse momento entre nós os dois.

S. Pedro, temos que conversar.

S. Pedro, chegou-me aos ouvidos que tencionas fazer chover este fim-de-semana. Mas não é uma chuvinha qualquer. É um temporal. Quilolitros e quilolitros de água. Gigas, teras, petas de chuva. Não pode ser, S. Pedro. O fim-de-semana é aquele período entalado entre horas seguidas a aturar gente doida e manienta, telefonemas irritados, prazos impossíveis, dores de cabeça de origem variada e maus-humores de manhã à noite. Esta tortura dá-me carências, S. Pedro. E eu careço de andar de bicicleta, actividade que é pouco conciliável com a molha que pretendes mandar cá para baixo. Por isso, meu querido anjinho, faz-me lá o favor de mudar de planos e eu serei tua para todo o sempre, sim?

Agradecida.

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publicado por outrosdias às 18:19
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Quarta-feira, 24 De Agosto,2011

Fui levar choques e ver pilinhas

As dores na mão esquerda levaram-me a um inesquecível exame chamado electromiografia, que consiste em, nada mais nada menos, do que dar “pequenos choques” nos nervos para ver a resposta dos músculos. Fui nervosa para o dito exame (ainda hoje não sei se a ortopedista estava a falar a sério quando me disse que não sabia o sítio onde davam os choques ou se tentava simplesmente não me assustar) e tratei logo de bombardear o médico com as minhas mariquices.

- Isto não dói, pois não? Avise-me quando me der os choques, sim? É que senão eu dou um salto aqui em cima da marquesa! E a parte das agulhas… olhe que eu não me dou bem com agulhas… caio para o lado!

Fui choramingando à medida que ele me ia metendo braçadeiras molhadas à volta do pulso, da mão e dos dedos, num crescendo de nervos. Quando o médico disse “Então aqui vai…”, senti apenas um pequeno formigueiro e pensei, desiludida, “Oh, só isto?!”.

Imediatamente a seguir, a mão começou aos saltos sozinha, como se fosse uma rã a fazer um sprint de duzentos metros. Eu esbugalhei os olhos, sem perceber se me doía ou não e depois… bem… depois foi o bom e o bonito.

O nervosismo (e os nervos) deram-me para a palhaçada e a cada choque que ele me dava eu respondia com um pulo com o corpo todo e desmanchava-me a rir. A mão parecia ter-se descolado do braço e andava por ali à desgarrada, aos pinotes. Quantos mais choques ele me dava, mais eu me ria.

- Inesquecível… como um concerto do Tony Carreira, dizia o médico.

E foi.

No fim, perguntei-lhe se, com tanta electricidade, eu podia trabalhar ao computador sem o avariar.

- Não convém, não… e também não deve beber água nem sumos, porque depois sai pelos buraquinhos da picada da agulha.

Alguns dias depois, aproveitando que o resultado oficial ainda era desconhecido e antes que me condenassem a algo parecido com a sentença que o Google já me deu (médico cruel, este...), fui pedalar com o marido. Uma determinada parte do percurso foi feita à beira mar, numa zona sem acesso pela estrada e que, convidando ao recato, costuma estar repleta de banhistas literalmente despidos de preconceitos. Apesar de sabermos o que nos esperava (volta não volta fazemos aquele trajecto), passar ali é sempre uma aventura.

O marido, mais treinado das pernas, ainda conseguiu aproveitar alguma coisa do passeio e de vez em quando lá se divertia a olhar discretamente para as movimentações estranhas que se passavam nas dunas. Eu, por outro lado, ia contando as conchas no chão enquanto me esforçava desesperadamente por não me despistar em frente a um pipi desnudado ou, pior ainda, a uma pilinha bamboleante.

Não pensem que eram pruridos devidos à inexistência de uma camuflagem cobrindo as zonas genitais, ali tão gloriosamente expostas ao sol. O meu caso era mais grave que isso – diria mesmo que era um problema de ameaça pública. Vejamos os factos:

1 - a maré estava alta e a areia pouco propícia ao pedalanço sem quedas;

2 - as pilinhas bamboleantes estavam presentes num número bastante elevado e espalhadas um pouco por todo o lado.

Ora se eu escorregasse, no desequilíbrio entre pedais, volante, capacete, braços e pernas, o mais certo era acabar por me tentar agarrar ao que estivesse mais à mão. E, convenhamos, agarrar-me assim, a seco, à pilinha alheia seria, no mínimo, chato (já para não dizer doloroso para o proprietário da mesma).

A ajudar tudo isto, a minha cabeça, por sua própria iniciativa, ia cantarolando “Ó mar, ó mar, ó mar / Ó mar dos tubarões / Ó mar, ó mar, ó mar / Que já me dás pelos… tornozelos”.

 

 

 

 

Lembrem-se que eu tinha levado choques e estava mentalmente perturbada.

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publicado por outrosdias às 18:04
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Segunda-feira, 01 De Agosto,2011

Compulsão #3 ou Tenho um bronzeado às listas, borbulhas nas pernas e crostas secas nas canelas

Berg Torah 4.3

 

 

(a minha nova bicha, by promoções @ SportZone)

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publicado por outrosdias às 17:23
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Quinta-feira, 01 De Julho,2010

Ciclocoisas

[imagem daqui]

De há uns dois ou três anos para cá que andar de bicicleta se tornou uma actividade muito in, muito divulgada, muito praticada, muito tudo e tudo e tudo. Os preços baixaram, a oferta é maior e, sobretudo, é um desporto fixe e boa-onda. Aos fins-de-semana, é vê-los a passar, em grupos equipados de igual, de camelbaks atestadas e gps reluzentes, a percorrer essas estradas e esses montes. Aplaudo-os a todos e a todas as iniciativas relacionadas, já que pode ser que assim os ciclistas passem a ser mais respeitados e se criem ciclovias dignas desse nome um pouco por todo o país.

Para além do ambiente, companheirismo e solidariedade que se vive entre quem pratica esta actividade, existe um código de conduta inerente, do qual fazem parte as regras básicas de cidadania e coisas como cumprimentar os outros pedaleiros ou incentivar os que ameaçam ficar para trás ou desistir.

E existem também as aves-raras.

No outro dia, eu e o marido regressávamos da praia, cada um sobre as respectivas duas rodas, quando, na parte mais tortuosa do percurso (800 metros de subida íngreme), passa por nós, em sentido contrário, um ciclista solitário, todo pimpão e lampeiro, fresco que nem uma alface. Eu e o marido, a deitar os bofes pela boca, demos-lhe os bons dias, ao que ele retrucou, alto e esganiçadamente:

- Então, coméqué?!

Não fosse a minha falta de fôlego e necessidade de concentração absoluta para conseguir chegar minimamente viva ao topo da ribanceira, tinha-lhe respondido:

- É grande e grossa, pá! Grande e grossa!

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Quarta-feira, 20 De Maio,2009

Sexagenária radical

A Mãe é a maior. Como não sabe andar de bicicleta mas quer dar ao pedal, comprou uma destas para ela:

 

A-d-o-r-e-i.

 

Foto daqui.

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Terça-feira, 21 De Outubro,2008

Sair do sofá

Ao fim-de-semana, retiram-se as bicicletas do suporte de parede, almofadam-se os rabos o mais possível e sai-se de casa sobre duas rodas, imbuídos do mais puro desejo de fazer coisas saudáveis.

Este domingo foi assim. Estrada, mato, areia (mais um pé - calçado - encharcado em água salgada e conchas pequeninas metidas no meio dos dedos). Árvores dobradas pelo vento e nós a passar, pedalando. Pedras deitadas ao sol e nós a passar, pedalando. Pessoas em esplanadas servidas por refrescos, cafés e vista para o mar e nós a passar, pedalando.

No regresso, quase a atingir os vinte quilómetros pedalados e à beira de um colapso muscular, lembrei-me das árvores, das pedras e das pessoas nas esplanadas e perguntei:

- Tens a certeza que isto faz bem à saúde?

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publicado por outrosdias às 10:26
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Terça-feira, 12 De Agosto,2008

Em compensação,

na bicicleta do marido as mudanças saltam sozinhas. É a chamada caixa automática bêtêtista.

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publicado por outrosdias às 16:46
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agitar antes de abrir

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