Coisas boas
Novembro 17, 2011
Acordar pela manhã e ter pão acabadinho de fazer.
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Novembro 17, 2011
Acordar pela manhã e ter pão acabadinho de fazer.
Novembro 09, 2011
Depois de duas semanas straight from hell, consigo chegar a casa a horas em que antigamente ainda se via o sol. Tiro o casaco, descalço-me, lavo as mãos e enfio-me na cozinha a fazer queques. Do forno saíram doze em forma de cogumelo e dezoito espalmados que nem bolachas.
Todos deliciosos como poucos.
Outubro 25, 2011
Fiz doce de maçã.
Outubro 19, 2011
Casa nova que se preze tem, como é óbvio, obras depois das obras. A nossa não é excepção e avançámos com uns arranjos exteriores que estavam na calha e que um dia talvez se venham a traduzir numa pequena horta. Estes arranjos fazem pó e, por isso, não tenho deixado a roupa estendida na rua durante o dia. Além disso, o estendal (ainda improvisado...) está precisamente no meio do sítio onde os pedras-men têm de trabalhar e partilhar a minha roupa com eles não é algo que me agrade propriamente... Assim sendo, tenho tido o cuidado de estender a roupa na véspera, ao fim do dia, e tirar tudo rapidamente de manhã, passando o que ainda não estiver seco para um estendal colocado dentro de casa.
Esta semana, devido à falta de materiais, os arranjos pararam e eu aproveitei para baixar a guarda. Ontem tirei apenas parte da roupa que estava estendida, deixando na rua as peças que ainda não estavam completamente secas. Quando regressei a casa, reparei, com grande constrangimento, que afinal os pedras-men tinham lá estado a trabalhar... lado a lado com a minha querida roupa lavada, aquela mesma que eu com tanto cuidado e obsessão andava a evitar deixar na presença deles.
Paralisada em frente às molas, insultei-me mentalmente várias vezes, desconsolada e envergonhada até à medula com a distracção fatal. É que o que tinha ficado na linha eram nem mais nem menos do que... cuecas. Muitas, muitas cuecas, de várias cores, com bonecos, lisas, novas, velhas. Toda a minha roupa interior esteve ali, bem à vista e bem à frente dos pedras-men, ao longo de um dia inteiro.
Depois disto, a esperança que eu tinha de manter, durante algum tempo, uma imagem respeitável simplesmente desvaneceu-se. Nunca mais conseguirei erguer dignamente os olhos para os pedras-men sem visualizar florzinhas e coraçõezinhos.
Outubro 18, 2011
Eu sei que é apenas um ser-peludo-que-vive-connosco, que o bicho já não é propriamente novo, que guincha com uns agudos únicos e dolorosos, que é muitas vezes muito chato, que dá trabalho e nos enche de cuidados, que tem pulgas (às vezes carraças), que se baba para cima de nós e nos cobre de pelos à mínima distracção da nossa parte, que rói tudo o que lhe deixarmos à mão de semear, que tem humores e manias várias, que faz buracos pelo quintal todo, que é tudo o que um cão mal-educado e cheio de personalidade pode ser. E também sei que daqui a seis meses tudo pode ter mudado, tudo pode ser diferente, para melhor ou pior.
Mas hoje... hoje estou particularmente feliz, por ele e por nós.
A titulação da leishmaniose, repetida dois anos e meio depois do diagnóstico, deu um resultado que seria considerado negativo num cão que tivesse feito o despiste pela primeira vez.
:)
Junho 16, 2011
Nas obras para a nova auto-estrada que estão a construir perto de minha casa, fizeram três rotundas num espaço de 400 metros.
Eu cá acho muito bem: finalmente pensaram naqueles condutores que gostam de andar eternamente em loop.
Abril 29, 2011
Comecei finalmente a levar os livros para a casa nova. YEY!
Abril 27, 2011
Os meus dedos agitam-se quando penso nos puxadores que hei-de colocar nas portas das estantes da sala.
Abril 20, 2011
Algures entre a saga "Querido, fizemos uma casa", duas visitas ao hospital e uma fila interminável de trabalhos para fazer: é aí que eu estou (acho).
Março 30, 2011
A cozinha e a lavandaria são os locais onde tenho passado mais tempo, por querermos que fiquem totalmente operacionais o mais rapidamente possível.
Tenho, finalmente (repito, f-i-n-a-l-m-e-n-t-e!!!), uma arca congeladora vertical. Mais: tenho uma arca congeladora vertical que não faz gelo! Apesar de ser mais generosa em litros do que a anterior, que era horizontal, as possibilidades de arrumação são menores porque está tudo em gavetas. Para mim é uma vantagem, já que assim consigo organizar melhor os vários tipos de congelados e não sou obrigada a mergulhar a cabeça dentro de um iceberg para encontrar o que quero. Acabou-se o medo de cair lá para dentro e só ser encontrada várias horas depois, conservadinha e fresquinha como um medalhão de pescada.
A máquina da loiça foi colocada 35 cm acima do chão. Acreditem que, aqui, o tamanho importa mesmo. Já não temos de nos dobrar para meter ou tirar os pratos e passámos a trabalhar a um nível verdadeiramente ergonómico sem que fosse preciso optar por uma máquina de encastrar. Trinta e cinco centímetros foi a medida certa (que o digam os homens das mudanças que se viram e desejaram para a deixar no sítio...).
A conduta para a roupa suja tem feito sucesso, entre nós, habitantes, e entre todas as pessoas que lá foram. É só atirar por ali abaixo as roupagens e... abrir a porta do armário da lavandaria e levar de repente com uma pilha de roupa inesperada em cima. Esta parte ainda tem de ser melhorada, provavelmente arranjando um cesto tamanho XXXL, um tubo de pano ou algo semelhante. Mas o tratamento da roupa sofreu um upgrade parcial em divertimento.
Igualmente divertida, ou, pelo menos, não tão aborrecida, tem sido, para já, a aspiração da casa. Com poucas mobílias espalhadas, as loiças sanitárias montadas na parede, os roupeiros encastrados e algumas paredes forradas com estantes, em três tempos conseguimos dar uma limpeza por alto naquilo tudo arrastando "apenas" uma mangueira. Sublinho o "apenas" porque aquilo é uma verdadeira centopeia gigante que se está sempre a enrolar sobre si mesma... mas pronto... espero que seja uma questão de tempo e de jeito.
Fora da casa propriamente dita, falta falar do ser peludo-que-vive-connosco. O bicho mudou-se no dia a seguir a nós. Demos uma volta com ele para conhecer os cantos e não sei se foi pelas luzes, pelos vidros das guardas ou pela agitação natural dele, mas ao fim de 10 minutos cometeu a proeza de se atirar pelas escadas do quintal em grande voo... aterrou de queixo, guinchou, levantou-se e continuou a correr como se fosse um cabrito. Enfim. É o ser-peludo-que-vive-connosco e já devíamos estar habituados a estas cenas... Tirando isso, chia como sempre e, como sempre, só quer é estar perto de nós e fazer-nos fintas com a bola na boca; o sítio onde estamos é-lhe indiferente, temos é de estar todos juntos :)
Março 29, 2011
Na cozinha, as cubas do lava-loiça parecem dois poços. São demasiado fundas para conseguir, por exemplo, lavar os legumes sem ficar com dores nas costas. Mas são perfeitas para esconder a loiça suja de uma semana inteira sem que se note sequer a pontinha uma colher a surgir à superfície (não é que eu o faça, mas...).
A placa de indução é das coisinhas electrónicas mais maravilhosas em que mexi nos últimos tempos. Acabou-se o cheiro a gás, acabou-se o descontrolo com os tempos de cozedura, acabaram-se os trinta minutos de espera até que a panela da sopa comece a ferver. Tinham-me dito que iria demorar uma semana a habituar-me à bicha, mas nem um dia levei. Assustaram-me com histórias de comida queimada, de me remediar com sandes para o jantar e de pessoas que tinham desistido daquilo e voltado ao tradicional fogão a gás. Eu, que sou estranha, não quero outra coisa desde o primeiro instante em que lhe pus as mãos e os tachos em cima.
Abençoado seja também o dia em que decidimos meter piso radiante. Mesmo, mesmo, mesmo. Onze anos a viver com frio, humidade, ataques de tosse e de alergias desconhecidas bastaram para nunca mais querer igual!
As casas de banho parecem salões de baile. A sério. Nenhum de nós gosta de andar aos encontrões no wc mas acho que exagerámos um bocadinho nas dimensões que exigimos ao arquitecto...
Dizem-nos que também exagerámos em armários e roupeiros mas até agora não nos queixamos disso. Espaço para arrumar tralhas é o que é mais preciso. Achávamos que tínhamos meia dúzia de coisas na casa antiga e que a mudança ia ser rápida e pacífica, mas a verdade é que quantos mais armários esvaziamos, mais tralha parece nascer espontaneamente lá dentro. A carrinha das mudanças foi cheia e ainda ficaram quatrocentas e vinte e oito mil coisinhas para trás. Temos levado os caixotes aos poucos, mas mais tarde ou mais cedo já sei que nos vai dar a fúria e o que tiver sobrado vai implacavelmente parar ao contentor do lixo sem passar por qualquer triagem.
Para encher as paredes que não estão ocupadas com os tais armários e roupeiros ou com as janelas (onde também exagerámos) recorremos, claro está, à IKEA e aos seus espectaculares sistemas-de-estantes-aka-puzzles-de-madeira-e-derivados-elaborados-com-alguns-requintes-de-malvadez. Sigo regularmente este e este sites mas vou deixar a modéstia de lado e atribuir a mim mesma o prémio de maior fã da IKEA: ainda não vi ninguém que tenha desenhado uma parede de uma divisão da casa a contar com as dimensões da mobília sueca que lá queria montar (sim, eu fiz isso em planta e certifiquei-me, em obra, que as medidas eram as correctas).
Até agora o que mais impressão me faz é mesmo o eco. A mobília é pouca e ainda não temos tapetes (sem serem os da porta da entrada) nem cortinas (os varões já lá estão, à espera de serem montados), pelo que qualquer conversa em divisões diferentes soa a grunhidos dentro de um barril distante.
Temos adormecido sempre cansados e lá para as tantas (a troca da hora não veio ajudar mesmo nadinha...). Há sempre, sempre coisas para fazer e a mim dá-me comichões ver os mesmos caixotes no mesmo sítio durante muito tempo. Mas aos poucos a coisa vai :)
Março 29, 2011
Parece que estamos num hotel. É tudo novo, cheira a madeiras e àquele pó das obras recentes. Espantamo-nos com os espaços, a temperatura interior, a luz, os sons. Descobrimos os cantos e recantos, a concretização palpável do que imaginámos durante tanto tempo. Sentimo-nos em estado de semi-euforia por ali estar e dali não nos apetece sair. Ainda nada é garantido mas, para já, estamos contentes e isso - isso - já ninguém nos tira.
Março 29, 2011
I'm alive (we're alive) :)
Março 17, 2011
Este sábado, às 8 da manhã (se sobrevivermos até lá).
E agora vou ali empacotar a minha vida. Isso e comprar tachos!
Março 11, 2011
Dois anos depois, já nos atrevemos a não chamar obra à quase-casa-nova.
Os últimos sete dias foram de intensa correria, jantares à meia-noite, olheiras, poucas horas de sono, muitas estantes IKEA montadas e muitos furos na parede. E muito, muito, muito cansaço feliz. Ainda não terminámos tudo (para dizer a verdade, a lista nem a meio vai) e não sabemos quando será a mudança oficial. Mas a quase-casa-nova já cheira a casa.
Fevereiro 11, 2011
A Avó, Mãe da Mãe, sempre tentou fazer de mim uma senhora "à séria". Há uns vinte, vinte e cinco anos atrás, e na cabeça da Avó, isso significava transmitir-me não só valores como... lavores.
Lembro-me bem - tão bem - de estar sentada à beirinha da cama da Avó, com ela à minha frente, de agulhas nas mãos e esquemas complicados no colo, novelos e novelos de linhas por todo o lado e uma persistência infinita a ensinar-me os passos e os preceitos todos.
Aquelas tardes eram para mim um pesadelo. Sempre gostei de trabalhos manuais, mas trocava de bom grado as agulhas por pregos sem sequer pestanejar. Os nomes eram confusos. As costas doíam-me. As malhas saltavam e perdiam-se. Os enganos só eram descobertos quando já ia umas sete ou oito carreiras mais à frente. Pior, muito pior, do que tudo isto era o sol que fazia na rua e o vento nas árvores que parecia chamar por mim. Eu suspirava, suspirava, suspirava... e lá endireitava as agulhas e esforçava-me por prestar atenção à Avó (dizer que não a tanto empenho parecia-me uma maldade muito grande).
Até renda de 5 agulhas eu fazia. Com "gatos", é certo, mas fazia... usando pedaços de cortiça na ponta das agulhas para (tentar) evitar a tragédia maior de qualquer senhora dos lavores digna desse nome: a frustração das malhas caídas.
Hoje, vinte ou vinte e cinco anos depois daquelas tardes, pego nas agulhas de tricot da Mãe e
- Ó Mãe, como é que se com...
e antes de terminar a frase, dou por mim a montar uma carreira quase sem olhar, com os dedos a andar ligeiros para trás e para a frente, como se tivesse sido ontem que me sentei à beirinha da cama da Avó.
Wow.
A memória é, de facto, algo extraordinário.
(Interrogo-me se, pegando num tecido de algodão e começando a puxar linhas, também me lembrarei automaticamente daquelas barras para toalha que aprendi a fazer. Hei-de experimentar...)
Entretanto, e porque, afinal, com pregos ou com agulhas, trabalhos manuais são sempre trabalhos manuais, naqueles bocadinhos entre o jantar e o ir dormir (ou entre o tentar jantar e o adormecer em cima do prato), ando a dar corda aos dedos. Ou melhor, ando a dar trapilho aos dedos. E, claro, culpa das pesquisas para a quase-casa-nova, a IKEA foi a minha inspiração:
Believe it or not, apesar de nas fotos parecerem penicos, ao vivo estão verdadeiramente engraçados.
Avó J., fui eu que fiz!
Fevereiro 10, 2011
Fiz arroz doce na máquina de pão.
Janeiro 27, 2011
A D. Maria do Carmo reformou-se. Vocês talvez não saibam quem é a D. Maria do Carmo, mas eu digo-vos. A D. Maria do Carmo é a senhora do mercado a quem eu comprei batatas, cenouras, cebolas, alfaces, kiwis, maçãs, morangos, castanhas, cerejas, couves lombardas, couves coração, espinafres, agriões, brócolos, feijão verde, nabos, abóboras, melancias, meloas, laranjas, peras, bananas, courgetes, pêssegos e uvas nos últimos onze anos.
A D. Maria do Carmo tratava-me por menina e quando me dizia “Tenho aqui mais”, eu já sabia que devia largar as laranjas expostas e ir ter com ela atrás do balcão para escolher outras. Aquilo era uma espécie de ritual secreto, como se a fruta que estivesse atrás do balcão fosse melhor, mais doce, mais saborosa e destinada apenas a um pequeno e selecto conjunto de fregueses. E fazia-me sentir especial. E, involuntariamente, também me fazia sentir mal sempre que, por exemplo, comprava cenouras no hipermercado por ser mais barato.
A D. Maria do Carmo levantava-se de madrugada e levava para o mercado um copo grande, de plástico azul, com leite e nestum, para ir comendo ao longo da manhã. Enganava as horas que lhe pesavam nas pernas e o frio que por vezes ali chegava da rua em rajadas de vento arrumando e desarrumando continuamente os produtos nas caixas e na bancada. Tinha sempre uma opinião a dar sobre a vida em geral, a política, a meteorologia, a sociedade, os jovens.
- Então menina, que é feito de si? Tem estado a trabalhar, não é? Pois, tem de ser... Eu é que, felizmente, estou quase a ir para a reforma. Isto agora querem pôr-nos a trabalhar até cair para o lado, já viu?! E cortam-nos em tudo, em tudo! É na saúde, é nos descontos, nos transportes... em tudo! - dizia-me, entre uma pesagem e outra.
Agora na banca dela está outra senhora, que pode ser igualmente simpática e ter produtos igualmente bons, mas que, lá está, não é a D. Maria do Carmo. Já não há um copo de plástico azul com leite e nestum pousado junto à balança. E aquele pedaço do corredor, mesmo ao lado do senhor que vende bacalhau e em frente à senhora do pão e dos bolos, hoje parece-me triste e vazio.
“Se falar com ela dê-lhe um beijinho meu”, pedi a uma vizinha.
A D. Maria do Carmo reformou-se e eu ainda não estou em mim.
Janeiro 21, 2011
O meu amaciador de roupa de sempre agora tem um cheiro... digamos...
bleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeergh.
Janeiro 17, 2011
- Montar a estretura é rápido.
- Afasta só um pitz.
- Vai lá batumar isto.
- A véstoria está marcada para amanhã.
- Podem, por exemplos, fazer assim.
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