Sim / Não / Talvez
Junho 21, 2013
Em determinada altura da sua adolescência, o Irmão andou agarrado a uns livros de aventuras em que a personagem principal (o próprio leitor) era confrontada com escolhas que dirigiam história para um ou outro rumo. Algo do género "Chegou a um castelo. Se quiser entrar pela porta, vá para a página 28; se quiser entrar pela janela, vá para a página 90", sendo que entrando pela porta éramos atacados por ogres verruguentos e entrando pela janela tínhamos de fugir de aranhas assassinas. À mistura havia umas cartas com pontos de força, batalhas, armas, dragões e toda uma panóplia de coisas de role-playing.
Nunca achei muita piada a esses livros e andava sempre para trás e para a frente nas páginas quando não gostava do desfecho da escolha que tinha feito anteriormente. Angustiava-me, sobretudo, não conhecer todos os rumos possíveis.
Hoje, continuo a angustiar-me quando, na incerteza de uma decisão, desejo ter o poder de espreitar para o futuro e descobrir qual o resultado daquilo que opto fazer no presente. Ao contrário dos livros, a vida não deixa andar para trás e para a frente, em undos e redos infinitos.
E às vezes dava-me jeito.