Nunca é exactamente a mesma coisa
Maio 17, 2013
O bisturi corta-nos, os instrumentos entram-nos no corpo. São feitas manobras, acreditamos que com habilidade. A linha cose-nos, os pensos e as gazes protegem-nos. O paracetamol corre heroicamente por um tubinho. A anestesia distancia-nos de tudo.
Depois, deixam-se as feridas sarar, lentamente. E espera-se que a pele regenere, lentamente.
Mas nunca é exactamente a mesma coisa. Há sempre uma cicatriz qualquer a fazer de âncora entre o antes, o durante e o agora.
Ainda que aparentemente invisível.