Strengthness
Maio 16, 2012
Há coisas que nos abalroam a grande velocidade, subitamente, saídas de onde menos esperamos. Coisas que nos derrotam, que nos fazem inundar o mundo com lágrimas e questionar as respostas, as perguntas, os silêncios. Tudo se transforma num labirinto, numa cadeia de acontecimentos, de causas e efeitos, de pontos de interrogação, de reticências, de vírgulas, de pausas. Instala-se uma dormência que achamos que nunca vai passar e deixamo-nos arrastar para tão, mas tão longe que duvidamos ser possível, algum dia, regressar do sítio para onde fomos empurrados.
Mas o ser humano é verdadeiramente extraordinário e, por entre o caos, sem sabermos como, lá arranjamos forma de rodear ou ignorar os obstáculos e quando damos por nós, estamo-nos a rir, meio enlouquecidos, de toda a trampa que nos vai acontecendo. A meio do dia, sozinhos ou acompanhados, no banho, a lavar os dentes, a pedalar, a estender a roupa, libertamos descaradamente gargalhadas quase histéricas e acreditamos, por momentos, que, seja o que for, havemos de lhe sobreviver. E por momentos, conseguimos, enfim, voltar a respirar, seja aos soluços, seja engolindo gigantescas golfadas de ar.