Ouriço

Há dias, ou por vezes momentos, em que qualquer coisa – repito, qualquer coisa – seja ela uma palavra que me dizem, um olhar que se cruza com o meu, uma gargalhada que ouço, uma imagem que passa na televisão, um trecho de uma música perdida, um cheiro que apanho, qualquer coisa, desde o quase imperceptível até ao mais palpável, me enche os olhos de lágrimas e me amarra a garganta com vários nós. Nesses dias, ou nesses momentos, o meu medo, o meu maior medo, é que o mundo à minha volta descubra a fraude que sou e o grande e frágil vazio que tudo em mim é.

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publicado por outrosdias às 17:39
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