Ciclocoisas
Julho 01, 2010
[imagem daqui]
De há uns dois ou três anos para cá que andar de bicicleta se tornou uma actividade muito in, muito divulgada, muito praticada, muito tudo e tudo e tudo. Os preços baixaram, a oferta é maior e, sobretudo, é um desporto fixe e boa-onda. Aos fins-de-semana, é vê-los a passar, em grupos equipados de igual, de camelbaks atestadas e gps reluzentes, a percorrer essas estradas e esses montes. Aplaudo-os a todos e a todas as iniciativas relacionadas, já que pode ser que assim os ciclistas passem a ser mais respeitados e se criem ciclovias dignas desse nome um pouco por todo o país.
Para além do ambiente, companheirismo e solidariedade que se vive entre quem pratica esta actividade, existe um código de conduta inerente, do qual fazem parte as regras básicas de cidadania e coisas como cumprimentar os outros pedaleiros ou incentivar os que ameaçam ficar para trás ou desistir.
E existem também as aves-raras.
No outro dia, eu e o marido regressávamos da praia, cada um sobre as respectivas duas rodas, quando, na parte mais tortuosa do percurso (800 metros de subida íngreme), passa por nós, em sentido contrário, um ciclista solitário, todo pimpão e lampeiro, fresco que nem uma alface. Eu e o marido, a deitar os bofes pela boca, demos-lhe os bons dias, ao que ele retrucou, alto e esganiçadamente:
- Então, coméqué?!
Não fosse a minha falta de fôlego e necessidade de concentração absoluta para conseguir chegar minimamente viva ao topo da ribanceira, tinha-lhe respondido:
- É grande e grossa, pá! Grande e grossa!