Setembro desperta em mim sentimentos de amor-ódio que não sei bem explicar. Ficou-me da infância o trauma do final da liberdade das férias em conjunto com a satisfação do regresso à escola e dos cadernos em branco. O castigo de levantar cedo mas a pressa de ir aprender. A falta de ar livre e dos joelhos esfolados nos pedais da bicicleta mas o sentido de responsabilidade das pessoas grandes.
Desde que comecei a fazer férias em Julho que consegui atenuar os efeitos deste trauma. Tenho todo o mês de Agosto para, muito, muito lentamente, recuperar o ritmo e em Setembro, quando a maior parte da manada humana faz a sua rentrée, já o meu espírito está relativamente conformado e já o meu corpo relembrou os truques para se manter acordado após a hora de almoço.
Sem que desse por isso, Setembro passou também a ser o mês das efemérides. No outro dia apercebi-me que faz agora exactamente seis anos desde que tomei uma decisão (ou que uma decisão me tomou a mim (e de assalto), ainda não percebi muito bem...) que me revirou a forma de encarar a vida, e um ano desde que tomei uma outra decisão que tornou essa reviravolta ainda maior.
Tenho esperanças que o mês nove do ano que agora corre (e como corre… já estamos em Setembro?!) me traga alguma paz, algumas certezas e, se lhe der novamente para os acontecimentos marcantes, que sejam daqueles mesmo, mesmo bons. Como, por exemplo, a conclusão da casa nova! ;o)