28 dias
Junho 30, 2009
O ser-peludo-que-vive-connosco tomou hoje a última dose do milteforan. À força, goela abaixo.
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Junho 30, 2009
O ser-peludo-que-vive-connosco tomou hoje a última dose do milteforan. À força, goela abaixo.
Junho 30, 2009
Não deixar a garrafa de água, com água, aberta em cima da mesa. Muito menos no raio de acção dos meus (des)coordenados gestos.
Junho 30, 2009
Em casa da Mãe, quando presentes na mesma refeição, o arroz doce é o prato principal e o peixe cozido apenas uma formalidade necessária.
Junho 25, 2009
A minha cabeça é uma lista gigantesca de coisas por fazer.
Junho 19, 2009
,,
Tira-me as meias.,,
Junho 18, 2009
Antigamente, comprava calda de tomate em frascos grandes de vidro.
Era mais "limpo" e barato por litro. Mas, como raramente usava (e uso) calda de tomate, o frasco acabava por ficar com bolor e lá ia tudo fora.
Depois, passei a comprar embalagens mais pequenas, de cartão.
Reduzi o desperdício, mas, mesmo assim, andava sempre desconfiada porque não via o interior da embalagem e não sabia se tinha ou não bolor.
Um dia, a Mãe, igualmente fã de soluções facilitadoras da vida na cozinha, teve uma ideia: congelar. Mas congelar... em cubos!
+
Vá... agora já não podem dizer que nunca vos ensinei nada.
Junho 18, 2009
A primeira semana correu bem. Vomitou duas vezes... mas comeu o vomitado logo a seguir (sim, eles fazem isso...). Depois... bom, depois começou a recusar a comida. Atirava-se ao prato todo guloso, mas o cheiro do milteforan afastava-o simplesmente. Passei a dar-lho directamente na boca e até agora tem funcionado.
Não tem feridas, o pelo já cresceu (embora continue com o aspecto palha-de-aço), as unhas estão normais, dá saltos de quase um metro de altura quando chegamos a casa, corre a galope pelo quintal, persegue os pássaros. Continua com o ar esbugalhado de sempre, a fazer os disparates de sempre, a atirar agudos como sempre.
E sim, eu sei que não tem cura.
Junho 04, 2009
21 de Fevereiro
Enquanto janto, começo a somar 1 + 1. Queda de pelo, emagrecimento, falta de forças e de energia, unhas a crescer desmesuradamente, uma ferida na pata que não cicatriza. Corrida rápida aos livros, enciclopédias e google. Todos corroboram a minha suspeita: leishmaniose!
22 de Fevereiro
Logo pela manhã, mal dormida, meto o ser-peludo-que-vive-connosco na transportadora e zarpo para o veterinário.
"É um quadro típico de leishmaniose", dizem-me.
Tiram-lhe sangue para fazer o despiste, explicam-me tudo o que eu já sabia e tinha lido e estabelecem possíveis planos de acção.
Sinto-me triste e desamparada.
26 de Fevereiro
Sei os resultados pelo telefone. 2 de 4 marcadores positivos. Tenho de voltar com o ser-peludo-que-vive-connosco ao veterinário. Estou uns bons trinta minutos ao telefone com a médica. Repete as explicações e os passos a seguir, transmite-me confiança, mas não em excesso. Tudo depende se os órgãos internos já foram atingidos e quais os danos...
28 de Fevereiro
No veterinário, fazem-lhe análises para saber o estado da função renal e hepática. Dez minutos - que me parecem dez séculos - depois, dizem-me que os rins estão bons, mas o fígado não. Boas notícias, mais ou menos.
Vai fazer alopurinol 300 mg (1/2 comprimido de 12/12h durante 2 meses), cortisona 20 mg (3/4 de comprimido de 12/12h durante 5 dias; 3/4 de comprimido de 24/24h durante 5 dias; 1/2 comprimido de 48/48h durante 6 dias) e um protector hepático (Denosyl 225mg, 1 comprimido de 24/24 horas durante 30 dias).
Falamos no glucantime, em injecções. Percebo que está a ser preterido por um outro medicamento novo, o milteforan. É um líquido que se coloca na comida e que tem efeitos secundários menores que o alopurinol, já que não afecta o rim. Mas é eliminado pelo fígado...
Explicam-me também que não há perigo de contágio para nós, através do cão. O animal fica portador mas não é transmissor.
Ordem para voltar daí a duas semanas, para controlo.
14 de Março
O peso aumentou, o pelo melhorou um bocadinho. Tem mais energia, parece estar a reagir bem.
Regressar daí a outras duas semanas, para repetir as análises da função renal e hepática.
28 de Março
O fígado melhorou bastante... mas o rim começou a dar sinais. Pode ser do alopurinol... ou da leishmaniose em si. Reduz-se a dose para 100 mg de 12/12h e vai mudar a ração para uma específica: Hills k/d. Um saco de 5 kg, que para ele dura três semanas, custa 45,90€; o de 14 kg ronda os 96,00€... Discute-se novamente a hipótese do milteforan. Dá vómitos e diarreia a quase todos os cães... Só poderemos avançar quando estiver estabilizado.
Pergunto pelas vacinas, que deveria ter levado em Janeiro, e o médico é categórico: "Esteve a fazer cortisona, por isso esqueça!"
18 de Abril
O rim melhorou ligeiramente e o fígado está praticamente regularizado.
Leva quadriderme para a ferida na pata, 2x/dia. Continua com o alopurinol e a Hills.
Longa conversa sobre a leishmaniose, o alopurinol e o milteforan. O alopurinol impede a reprodução das leishmanias, o que, pela lógica dos ciclos de vida, acabaria por debelar a doença. Mas tal não acontece... Apenas o milteforam mata mesmo o parasita. Há casos de positivos que dão negativo... São muito obscuros os caminhos da leishmania! A pensar... e regressar daí a três semanas.
10 de Maio
Repete as análises da função renal e hepática e os valores estão ligeiramente mais baixos. Comparando com o início, parece outro animal! O aspecto geral é bastante melhor, aumentou de peso, está cheio de energia. Já sobe as escadas sem dificuldade, pula e chia como habitualmente. Temos luz verde para, se quisermos, experimentar o milteforan. Nada garante que o bicho fique realmente curado. Nos estudos, não há forma de saber se os positivos são reincidências da mesma infecção ou se os cães foram, por um grande azar, picados novamente. O alopurinol lesiona o rim e não é, na verdade, um tratamento. Para decidir em conselho de família, já que é um medicamento mesmo muito caro...
31 de Maio
Depois de um conselho de família abreviado, avançamos para o milteforan.
Repete alguns marcadores das análises, para termos um ponto para comparação. Rim na corda bamba, fígado ok. Vai fazer milteforan 1,5ml/dia, durante 28 dias certos (é o ciclo de vida uma leishmania) e continua com o alopurinol, just in case.
Se tiver vómitos ou diarreia, voltar lá. Se não houver novidades, fazer uma visita no final do tratamento. Falam-me em repetir o despiste da leishmaniose passado um mês.
Aproveito e dou-lhe as vacinas. Em três "picas", o pacote anual: esgana, hepatite, leptospirose, parvovirose, tosse de canil, raiva.
O veterinário sorri ao olhar para o cão. O bicho corre o consultório todo com uma energia que nem eu tenho. Empoleira-se para chegar às bancadas, abre o caixote do lixo, ladra para os barulhos que ouve por detrás da porta, quer fugir para o corredor. Na sala de espera, atira-se sem medo contra três grand danois que tinham chegado. É o ser-peludo-que-vive-connosco de sempre!!
28 Feveiro | 28 Março | 18 Abril | 10 Maio | 31 Maio | Valor normal (cães) | |
Glucose | 113 mg/dl | 94 mg/dl | 81 - 121 | |||
Colesterol | 232 mg/dl | 180 mg/dl | 156 - 354 | |||
Creatinina | 0.9 mg/dl | 1.4 mg/dl | 1.3 mg/dl | 1.2 mg/dl | 1.4 mg/dl | 0.4 - 1.2 |
Bilirrubina total | < 0.2 mg/dl | < 0.2 mg/dl | 0 - 1 | |||
BUN | 111 mg/dl | 98 mg/dl | 29 mg/dl | 28 mg/dl | 6 - 24 | |
GPT - ALT | 148 U/l | 89 U/l | 65 U/l |
13 - 92 |
||
GOT - AST | 244 U/l | 81 U/l | 20 - 67 |
3 de Junho
Inicia o milteforan, com fim agendado para 30 de Junho. Leio e releio a bula. Há uma seringa graduada e o frasco vem selado. São precisos cuidados extremos no manuseamento do produto e usar luvas em tudo. É o equivalente à quimioterapia que se faz nos doentes humanos...
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Tenho esperança.
Tenho medo de chegar a casa e o ser-peludo-que-vive-connosco não estar lá.
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Há muitos, muitos, muitos anos atrás, naquele momento crucial em que nos obrigam a escolher uma área na escola, perguntaram-me o que queria seguir. Já era de noite e eu estava sentada no meu quarto, na minha secretária de pinho. Lembro-me de torcer as mãos, em angústia:
"Gostava de ser veterinária, mas não vou saber lidar com a morte dos animais e, por isso, não quero."
Junho 02, 2009
Junho 02, 2009
quero um carro com a frente do tamanho de um autocarro.
Ou então uma retroescavadora, com uma pá cheia de bicos a abrir caminho:
Ou então um Hummer:
Ou então um assim:
[post especialmente dedicado ao gajo-bêbado-drogado-alucinado-assassino-kamikaze que resolveu experimentar as emoções de conduzir em contramão no preciso momento em que eu ia a passar à frente dele]
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