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outros dias

[dia] período de uma rotação terrestre; no plural, existência

I have a dream

Janeiro 08, 2009

2008 lá se foi, sem pensar muito.

 

Desta vez, aprendi, finalmente, a lição. Para 2009, em vez de sonhar com os tradicionais "Ah, felicidade, paz, saúde, amor e o euromilhões para todos", decidi pôr os pés na Terra e desejar coisas igualmente importantes mas verdadeiramente realistas.

 

Assim, este ano desejo conseguir abrir os frascos quase vazios dos champôs (para aproveitar os restos) sem levantar as unhas até ao sabugo. Se o frasco não me voar das mãos e aterrar em cheio em cima do dedo mindinho do pé, melhor ainda.

 

Desejo também que nunca se acabem em casa, simultaneamente, o papel higiénico, os guardanapos, o papel de cozinha, os lenços, a água na torneira, o sabonete e as toalhas lavadas.

 

E já chega.

 

Feliz ano novo.

New Year's shots

Janeiro 08, 2009

"Os brócolos estão todos lavados. Todos menos os que vão para o teu prato. Nesses, até vais receber uma lagartinha branca como brinde."

 

"Para ti tenho ali água com ferrugem."

 

"É impossível ficares bem na fotografia. Tinhas que tirar os pelos do nariz."

 

"Aquilo é fino demais!", "Ah, gostas mais quando são grossas, é?"

 

"Feliz Natal!"

 

"Isso irrita um bocadinho, sabias? Isso irrita um bocadinho, sabias? Isso irrita um bocadinho, sabias? Isso irrita um bocadinho, sabias? Isso irrita um bocadinho, sabias? Isso irrita um bocadinho, sabias? Isso irrita um bocadinho, sabias? Isso irrita um bocadinho, sabias? Isso irrita um bocadinho, sabias? Isso irrita um bocadinho, sabias? ISSO IRRITA UM BOCADINHO, SABIAS?"

 

"Como é que se ferve uma quantidade generosa de água?"

 

"Os camarões vão ter um AVC com tanto sal."

 

"Nós comemos coisas mortas."

 

"Quando estava a ralar a cenoura, ralei também um bocado do dedo. É uma oferta especial, só para ti e para a lagartinha dos brócolos."

Christmas Shots

Janeiro 08, 2009

“Ela diz que não veste as cuecas.”

“Os meus restos de comida são mais velhos que os teus.”

“Eu faço trabalho intelectual, logo, preciso de comer muito açúcar.”

 “A mulher do voice-mail telefona-me a meio da noite. Já lhe disse que não quero nada com ela, mas ela está-me sempre a dizer para carregar nas teclas. Eu carrego, mas ela não se vai embora.”

“O que é que está aqui dentro?”, “Um rabo de lagartixa.”

“Já posso abrir a minha prenda? Já posso abrir a minha prenda? Já posso abrir a minha prenda? Já posso abrir a minha prenda?”

 

"Acho indecente que ninguém me tenha oferecido o livro que eu queria."

 

"E meias? Ninguém me comprou meias? Eu preciso de meias..."

Christmas Carol

Janeiro 08, 2009

O marido acha que o meu desencantamento em relação ao Natal se deve a um qualquer recalcado trauma de infância.

 

Muito pelo contrário. O meu desencantamento deve-se, isso sim, a já ter ultrapassado a fase da infância (ou, pelo menos, assim o devia).

 

Quando era cachopa, os Natais eram passados em casa da minha avó, com as primas e os tios todos reunidos. Eram verdadeiras festas, de peru recheado com coisas estranhas, pastéis e massa tenra e um sem fim de travessas de doces na mesa, juntamente com o bolo-rei e as suas intragáveis frutas cristalizadas. Havia as primas para formar um bando de raparigas a correr atrás do meu irmão para lhe fazer judiarias. Havia o tio que se mascarava de Pai Natal e a quem eu puxei a barba para desfazer a magia. Havia o pinheiro verdadeiro, enfeitado com bolas lascadas e fitas e luzes que demoravam horas a desenlear de um ano para o outro. Havia prendas, que se abriam sofregamente e que eram, algumas, logo ali estrategicamente desviadas das nossas mãos pela Mãe. Havia a família reunida até tarde e depois a tropa toda a descer as escadas do prédio e sair para a noite gelada. E nós ficávamos à janela, a acenar até os carros terem dobrado a rua. Era um dia em que nos deitávamos tarde, excitados com tudo.

 

O segredo era a nossa inocência.

 

Depois crescemos. Eu cresci. E vi que, afinal, a tendência para o bem e a integridade não são qualidades inatas e naturais das pessoas. Nem minhas. E que não dá para fazer undo às asneiras e aos erros.

 

Mas, se não fosse o Natal, os jantares que antes eram na avó e que agora se distribuem por cinco ou seis casas, se calhar não se faziam. E não continuávamos a dizer "Epa, temos que combinar qualquer coisa, só nos vemos uma vez por ano, já repararam?!", "Pois é, pois é...".

 

E isso é, apesar de tudo, uma coisa boa.

 

(e os presentes também! )

Homessa!

Janeiro 08, 2009

Já vi que se não for eu, ninguém limpa aqui o pó ao estaminé.

Vamos lá então, que isto é só bolas de cotão pelos cantos!

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