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outros dias

[dia] período de uma rotação terrestre; no plural, existência

Ampulheta

Agosto 28, 2007

E a pessoa em si? Lamentam-se actos e choram-se saudades, mas quantos pensam efectivamente nela e não naquilo que não se fez ou não se disse?

O que terá sentido? Dor? Dormência? Sufoco? Como terá sido o perder da consciência? Aos poucos, depressa, de uma só vez? Estava triste? Contente? Tranquila? Assustada? Ouvia o que se dizia à sua volta? Sabia que lhe pegavam na mão? Conseguiria pensar? E onde estava e para onde foi essa coisa abstracta a que alguns chamam alma? Esfumou-se?

O corpo enterra-se - à terra o que é da terra - mas o que acontece à pessoa?

Haverá um outro planeta, uma outra dimensão paralela a esta? Um céu, um inferno? Se eu fechar os olhos e estender o braço, estarei a tocar em alguém que não vejo e não sinto?

Será o nosso corpo apenas um abrigo temporário? Ou juntamente com ele extinguem-se todas as ideias e todos os sentimentos?

Será só isto? Assim, tão pouco e tão finito?

...

Agosto 27, 2007

Confesso que não compreendo. Será, certamente, a minha costela lógica que mo impede, mas a verdade é que não consigo.

Porque, se formos analisar as coisas como elas são, não há lógica nenhuma nisto. Em estarmos num corpo com o tempo contado. Em termos os nossos pensamentos, sentimentos, acções, desejos, enclausurados num invólucro que, mais tarde ou mais cedo, se extingue. Em andarmos numa lufa-lufa diária a tentar aproveitar ao máximo, carpe diem, carpe diem, o amanhã nunca se sabe, daqui a um minuto nunca se sabe.

Não faz sentido sermos tão, mas tão temporários.

É demasiado angustiante.

C:\Temp

Agosto 24, 2007

Odeio a sensação de ter as malas por desfazer. De não arrumar as coisas porque não há espaço ou não vale a pena ou são só alguns dias. O sítio onde estamos acaba por nunca ser nosso.

Podia estar a falar de hotéis ou de férias, mas não estou.

E sinto-me assim há quase um ano.

Ab(d)ominais? Ab(d)omino, ab(d)omino...

Agosto 23, 2007

A sequência já está definida: Moby a sair pela grafonola (música de ganza, segundo o marido; eu concordo apenas na parte de me deixar ganzada e sem pensar no que estou a fazer) > abdominais > bicicleta > abdominais > elevações > abdominais > alongamentos > banho.

Começo por me deitar no instrumento de tortura que supostamente me dará uma barriga lisinha (dará é como quem diz... se fosse de borla, não custava tanto... malditas tostas com queijo!) e estou tão cansada e com tão pouca vontade de continuar que já nem me levanto dali e quase adormeço.

Polímero para que te quero

Agosto 22, 2007

As senhoras das caixas registadoras da grande superfície comercial que dá pelo nome de *****

(e que também é responsável por aquela musiquinha idiota "é fácil, é como encontrar um trevo na tromba de um elefante!!")

deviam aprender a ensacar melhor as compras. Alguém tem de lhes dizer que num único saco cabem, no mínimo, duas ou três coisas e que não vem nenhum mal ao mundo se, por exemplo, juntarem os pacotes de leite com os frascos de doce ou o detergente da loiça com os chinelos da praia.

É que a quantidade de plásticos que trago para casa já começa a ser um atentado ambiental.

Além disso, qualquer dia não tenho onde guardar tanta sacaria, que o lixo que produzo não chega para dar vazão àquilo tudo.

Daqui a um mês

Agosto 21, 2007

começa o Outono e do Verão-Verão propriamente dito, nem rasto.

Em Novembro do ano passado, andávamos de t-shirt e calções.

Deixámos de ter "Verão, a estação" e passámos a ter "verão que não vai haver sol, calor ou praia".

Por forma a evitar mais enganos e frustrações, sugiro a junção dos quatro padrões climáticos num único, chamado primaveraverãooutonoinverno ou, abreviadamente, mas-que-treta-de-tempo.

Idade do Gelo

Agosto 16, 2007

Já fiz muitas coisas disparatadas em casa (como meter a roupa suja na sanita, deitar o prato e os talheres para o caixote do lixo ou tentar mudar o canal da televisão com o telefone, entre outras pérolas), mas a Mãe conseguiu bater todas:

- Congelei a tesoura da cozinha.

Mulher prevenida vale por duas

Agosto 14, 2007

Ao alinhar novamente os dossiers pelas estantes do escritório, deparo-me com um, de lombada larga, onde leio "Escritos".

De lombada larga. Dos grandes. Daqueles que têm espaço para arrumar muitas, muitas, muitas folhas.





Não sei se me ache optimista ou simplesmente parva.

Enroscado em mim

Agosto 14, 2007

Primeiro estranha-se, rejeita-se e fazem-se caretas.

(eu estranhei, rejeitei e fiz caretas)

Depois vê-se o videoclip e de um momento para o outro, em pleno estado de delícia, passamos os dias a trautear pedaços da letra.

(eu passo)

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