Marido e mulher doentes, com febre, dores no corpo, narizes entupidos, ranho, moca, fraca capacidade de raciocínio, garganta inflamada, cabeças a andar à roda.
Eu sabia que devia ter ensinado o ser-peludo-que-vive-connosco a fazer canja, dar xaropes e aconchegar a roupa da cama.
Durante duas semanas, devorei o máximo de informação que pude sobre os modelos de máquinas fotográficas digitais ultracompactas existentes no mercado português. Para além de algumas características mais técnicas, um dos factores decisivos era o preço final do conjunto que pretendia: máquina fotográfica + cartão de memória de 1GB + estojo + bateria extra.
Enviei dois mails a duas lojas distintas, pedindo informações sobre um determinado equipamento comercializado por cada uma delas.
Uma anunciava um pacote com um preço bastante atractivo, mas com um aparelho que nem sequer existe no site oficial da marca: a Pentax Optio L30. Como moçoila curiosa que sou, perguntei à loja se este modelo teria outra designação, uma vez que não encontrava quaisquer referências a ele.
Responderam-me peremptoriamente que não, que era mesmo o L30.
Como moçoila muito curiosa que sou, investiguei um pouco melhor e descobri que o L30 é, de facto, o M30, este sim referido no site da Pentax. O L30 é uma "invenção", um "rebaptismo" sabe-se lá por que comerciais razões...
À outra loja, que oferecia uma promoção algo simpática da Canon Ixus 60, perguntei se a máquina trazia um cabo AV, para ligação à televisão.
Responderam-me (mais amavelmente que os outros, diga-se de passagem...), que o aparelho não tem saída AV.
Eu gostava de vir aqui dizer e exclamar publicamente o quão agradecida estou à equipa de blogs do Sapo pelo destaque que deram a este tasco e pela consequente valorização brutal das acções do outros dias na Bolsa de Gráficos do Statcounter, mas...
acho que as cerejas que comi ontem ao jantar tinham bicho.
Queria também agradecer à HP/Compaq, à Microsoft/Windows XP e ao Firefox por me emprestarem os meios necessários para fazer chegar até vós todas estas bacoradas que, pelos vistos, vossas excelências lêem e até gostam, mas...
acho que as cerejas que comi ontem ao jantar tinham bicho.
Queria igualmente agradecer a todas as minhas fontes de inspiração, que ao longo dos anos me têm vindo a ajudar a criar o meu próprio estilo de escrita (ou seja, nenhum), mas...
acho que as cerejas que comi ontem ao jantar tinham bicho.
Não posso deixar de mencionar os montes de amigos que passei a ter graças a este destaque. Diria até que deve ser mais ou menos o que acontece a quem ganha o euromilhões, mas...
acho que as cerejas que comi ontem ao jantar tinham mesmo bicho.
Quando estiver melhor do estômago, venho então cá escrever uma coisa toda bonitinha.
Estou rendida, deliciada, maravilhada. Este miúdo é um espectáculo.
- Onde está o teu cabelo? - Aqui. - E a tua cara? - Aqui. - E a tua mão? - Aqui. - E a tua unha? - Aqui. E aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui... (percorre os dedos todos) - E a tua perna? - Aqui. - E o teu braço? - Aqui. - E o teu joelho? - Aqui. - E a tua barriga? - Aqui. - E o teu coração? - Aqui. - Parabéns... já podes tirar o curso de Medicina pela Universidade Independente! _______
(segurando um caranguejo de plástico de cor verde) - E isto é o quê? - Um sapo. - Um sapo?! Não... é um caranguejo. - É um sapo. - Um caranguejo. - Sapo. - Caranguejo. - Sapo. - Caranguejo. (já danado) - ... É um sapo, ATÃO!!!! _______
- Tens sono? - Não!! - Tens, tens... olha aqui tanto sono... e aqui, e aqui, e aqui (apontando para a cara, para os bolsos e para a barriga). Até tens sono no sapato!
Algum tempo depois, volto a perguntar-lhe se tem sono. Ele estica-se todo, olha para o sapato e diz: - Não!! _______
- Fanta! (levanta) - Fanta é um sumo. Ele ri-se e repete: - Fanta! (eu levanto o braço esquerdo) - Não é assim! Fanta!! (levanto o braço direito) - Não é assim! Fanta!! (... perna esquerda) - Não é assim! Fanta!! (...perna direita)
A esta altura, estou sentada na beirinha da cadeira, com os braços e os pés no ar. Ele afasta-se um bocadinho, aponta com o dedo e repete, na sua melhor pose de hipnotizador:
Ainda estou para descobrir o que têm de tão especial estes snacks de higiene oral para cães:
O ser-peludo-que-vive-connosco está completamente viciado neles. Os olhos do bicho reviram sempre que me vê perto da caixa, os saltos são mais altos, os guinchos mais agudos, o frenesim ainda mais frenético.
Os ditos cheiram àqueles aperitivos de milho para consumo humano e só de ver o estado em que o ser-peludo-que-vive-connosco fica, estou seriamente tentada a prová-los...
O marido levanta-se cedo para ler o jornal e chega atrasado ao trabalho. Eu não me levanto cedo, fico a fazer sudoku e chego muito atrasada ao trabalho.
Numa única manhã, duas pessoas pediram-me o nome dos comprimidos que ando a tomar, porque estão a precisar de emagrecer. Parece que acharam piada ao factor redução do apetite.
Há gente mesmo parva.
Dou o nome dos comprimidos, dou - são saquetas de 1 grama de eritromicina para dissolver em água e beber de doze em doze horas. Fazem com que o dia se divida em duas partes: das 8 da manhã às 8 da noite, em que se está acordado e maldisposto, e das 8 da noite às 8 da manhã, em que se está a tentar dormir e maldisposto.
Aproveito e dou também as dores de estômago, a constante sensação de vómito, as tonturas e, como brinde, ainda levam os tremores nas mãos que me assustaram ontem ao final da tarde, quando tive de ficar no trabalho à espera que passassem para poder ir a conduzir até casa.
Não garanto é que consigam engolir a tal beberagem que vos proporciona tudo isto. Metade da dose das 8 da noite foi cuspida para o lava-loiças.
Há gente mesmo, mesmo, mesmo muito parva.
E sim, neste momento, sinto-me a pessoa mais doente e infeliz à face da Terra.
Se alguém quiser pegar-me ao colo, fazer-me festas na cabeça e tirar-me a merda destes estreptococos de dentro do corpo, chegue-se à frente.