cacimba
entro na cama tentando não balançar muito as molas do colchão. encontro-te completamente envolto no lençol e edredões. todo tu és uma bola de roupa que emana calor. procuro um pedaço só teu, mas esbarro em tecido, espuma, algodão. mexes-te e murmuras qualquer coisa. perturbei-te o sono com a minha chegada. faço nova tentativa. descubro um pé fora da muralha e encosto o meu a ele. uma das mãos também escapou e aproveito para entrelaçar os meus dedos nos teus. deves estar numa posição estranha. de manhã, quase de certeza que te vais queixar de teres dormido torto.
apetece-me um abraço. apetece-me tanto um abraço.
apetece-me um abraço. apetece-me tanto um abraço.