Sambódromo
Fevereiro 16, 2007
Até aí aos dez, doze anos, o Carnaval era, para mim, mascarar-me de Sevilhana. Uma fatiota toda catita, em tons de vermelho, branco e preto, um sem número de saiotes, com maquilhagem a acompanhar.
A princípio até achava graça àquilo. Não percebia o porquê da coisa, mas sempre eram momentos diferentes do dia-a-dia. Depois, comecei a deixar de achar tanta graça, mas continuei a vestir a fatiota porque havia quem achasse a mesma graça de antigamente.
A certa altura, embirrei com os saiotes e os vermelhos e as pinturas na cara, que o que eu queria era correr e com aquilo tudo em cima não conseguia. Por sorte, a embirração foi acompanhada por um crescimento em altura e a fatiota catita deixou de me servir. Fez-se forward para uma prima mais nova, adeus, adeus.
Os Carnavais seguintes resumiram-se a serpentinas e a papelinhos atirados pela janela. Continuava a não perceber o porquê da coisa, mas a coisa continuava a ser um momento diferente do habitual rame-rame e por isso fazia-se e até se ia ver os desfiles, os corsos e os cabeçudos.
O desgosto em relação a esta época surgiu quando tive de fugir de ovos, bombinhas de mau cheiro, balões de água e afins. O ponto mais alto (ou mais baixo) aconteceu quando esperava pelo autocarro e uns energúmenos de metro e meio, pendurados na parte de trás de um eléctrico, decidiram descarregar todo o seu arsenal naquela paragem.
O banho ficou-me marcado.
Apesar de tudo, este ano vou celebrar o Carnaval em grande e no verdadeiro sentido da palavra: carne levare. Tenho lá em casa uma cozinha (já disse que comprei uma cozinha IKEA?) para montar. Durante pelo menos semana e meia, não há carne nem peixe para ninguém, que aquilo vai entrar em estado de sítio. Teremos marteladas e coisas partidas. Quem por lá passar, vai ver máscaras e até um desfile de entulho.
É que abrir uma janela dá muito trabalho e faz muito lixo.
Isto sim é que é folia.
A princípio até achava graça àquilo. Não percebia o porquê da coisa, mas sempre eram momentos diferentes do dia-a-dia. Depois, comecei a deixar de achar tanta graça, mas continuei a vestir a fatiota porque havia quem achasse a mesma graça de antigamente.
A certa altura, embirrei com os saiotes e os vermelhos e as pinturas na cara, que o que eu queria era correr e com aquilo tudo em cima não conseguia. Por sorte, a embirração foi acompanhada por um crescimento em altura e a fatiota catita deixou de me servir. Fez-se forward para uma prima mais nova, adeus, adeus.
Os Carnavais seguintes resumiram-se a serpentinas e a papelinhos atirados pela janela. Continuava a não perceber o porquê da coisa, mas a coisa continuava a ser um momento diferente do habitual rame-rame e por isso fazia-se e até se ia ver os desfiles, os corsos e os cabeçudos.
O desgosto em relação a esta época surgiu quando tive de fugir de ovos, bombinhas de mau cheiro, balões de água e afins. O ponto mais alto (ou mais baixo) aconteceu quando esperava pelo autocarro e uns energúmenos de metro e meio, pendurados na parte de trás de um eléctrico, decidiram descarregar todo o seu arsenal naquela paragem.
O banho ficou-me marcado.
Apesar de tudo, este ano vou celebrar o Carnaval em grande e no verdadeiro sentido da palavra: carne levare. Tenho lá em casa uma cozinha (já disse que comprei uma cozinha IKEA?) para montar. Durante pelo menos semana e meia, não há carne nem peixe para ninguém, que aquilo vai entrar em estado de sítio. Teremos marteladas e coisas partidas. Quem por lá passar, vai ver máscaras e até um desfile de entulho.
É que abrir uma janela dá muito trabalho e faz muito lixo.
Isto sim é que é folia.