é quando começo a escrever um post que já tinha todo alinhavado mentalmente, com princípio, meio, fim e, principalmente, nexo (!) e o resultado final é uma misturada de improvisos e coisas que me foram surgindo e que se sobrepuseram a tudo o resto.
Está a chover, muito, em rajadas*. O meu chapéu-de-chuva repousa no sítio de sempre: dentro do carro. Eu e o meu carro não estamos no mesmo sítio. Para chegar até ao meu carro, que é onde está sempre o meu chapéu-de-chuva, tenho de atravessar uma zona completamente descoberta. A ironia da coisa é que quando saí do carro, olhei para o chapéu-de-chuva e pensei em trazê-lo comigo. Mas depois não quis perturbá-lo ao retirá-lo do seu ambiente natural e deixei-o adormecido no chão. Ele está lá e eu estou aqui e a separar-nos está uma valente molha.
Antecipadamente ensopada e desconsolada por estar onde o meu chapéu-de-chuva não está, desconfio que, mesmo assim, ele vai continuar no sítio de sempre: dentro do carro. É uma daquelas inevitabilidades da vida ou, como diria alguém conhecido... É a vida!
* E isto agora não tem (quase) nada a ver com o assunto, mas no Brasil, rajada é uma espécie de mandioca. Juntando esta valiosa informação à família das expressões como "está a chover a potes" ou "está a chover a cântaros" ou ainda "nem que chovam canivetes", conseguimos um saboroso (ou será doloroso?) "estão a chover mandiocas".