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outros dias

[dia] período de uma rotação terrestre; no plural, existência

D. Maria do Carmo

Dezembro 27, 2006

Vou ao mercado num dia não habitual. A senhora onde compro sempre os legumes não está. A pedra da bancada foi tapada com panos e há caixas de plástico a barrar a entrada. Dirijo-me à vendedora do lado. A senhora é igualmente simpática, os produtos são igualmente bons. Trago batatas, cenouras, cebolas, uma alface, laranjas.

Iguais aos de sempre (é provável que o fornecedor seja comum).
Mas não os mesmos.

Mau feitio

Dezembro 27, 2006

Eu não gosto do Natal. E não gosto desde que deixei de ser pequenina, o que já foi há muito, muito tempo.

Este ano, a ausência de espírito natalício atingiu níveis nunca antes vistos. Bateu todas as escalas de Richter e de Mercalli modificada. Mesmo assim, enchi o peito de ar e fiz o Natal. E fi-lo lá em casa. Jantar, com sopa e tudo. E muitas sobremesas. E troca de prendas. E sorrisos e "muito obrigadas" e fotografias. O pacote completo da tradição.

No final da noite, depois de todos se irem embora, sentei-me no sofá. A televisão estava ligada num canal qualquer e havia brasas na lareira.

Sentei-me no sofá, dizia eu. E senti-me sozinha.

Bom, é isto

Dezembro 22, 2006

Um Feliz Natal para todos, com prendinhas, saúde, amigos e... o que mais acharem por bem.

Se sobreviver às Festas, é provável que volte. Se não sobreviver, é provável que volte também.

Inté.



O lado negro do Natal

Dezembro 22, 2006

Cheguei à conclusão que é impossível fazer compras normais durante esta época. Se o leite se acabar, azar. O melhor é esperar que a loucura consumista natalícia passe e, nos entretantos, ir empurrando os cereais com água del cano.

Menina, que pólos conheces?

Dezembro 21, 2006

Há quem tenha um termómetro no carro e recorra a ele para dizer a temperatura. Eu não tenho e não preciso. Basta-me bocejar e, pelo tamanho e densidade da nuvem de vapor, sei logo que está mesmo muito frio.

24/24

Dezembro 20, 2006

Acendo a luz do tecto. Acendo a luz da mesa de cabeceira e apago a outra. Encosto a porta. Abro a cama, deixando a descoberto um triângulo de riscas azuis. Sento-me. Descalço os chinelos, primeiro o pé direito, depois o pé esquerdo. Com a mão, levanto o lençol e os edredões e entro na cama. Apago a luz. Deitada de barriga para cima, aconchego-me. Permaneço assim até deixar de sentir frio. Viro-me para o lado. Volto a aconchegar-me. Coloco uma mão sob a cara e outra entre as pernas ligeiramente flectidas. Fecho os olhos, para adormecer. Há um burburinho manso e quase inaudível ao fundo.

É então aí que me apercebo. E aquilo atinge-me de forma brutal, violenta.

Os dias, a existência, o mundo, tudo se resume ao passar do tempo. Aos minutos e às horas que escorregam de um lado para o outro da ampulheta. Até ao momento em que deixa de haver tempo e tudo acaba.

E não há nada que se possa fazer contra isso.

Pouco falta para cantar o fado

Dezembro 19, 2006

"O torcicolo espasmódico é um espasmo doloroso contínuo ou intermitente dos músculos do pescoço, que força a cabeça a rodar e a inclinar-se para a frente, para trás ou para os lados." (daqui)

Esqueceram-se da parte do impedir-me de dormir de barriga para baixo e dificultar-me a condução nos cruzamentos. E de dizer que demora eternidades a passar.

Raide natalício

Dezembro 19, 2006

Três horas antes:
Duas prendas para comprar. É rápido, penso. Já sei o que quero trazer, é só chegar lá, pagar e vir embora.

...
...
...
...
...
...

Três horas depois:
Vou deixar de acreditar no Pai Natal. Este ano não me apetece oferecer nada a ninguém, nem fazer almoços, nem jantares, nem ver a 56ª reposição do Sozinho em Casa / Senhor dos Anéis / Harry Potter.

Onde é que esta gente toda se esconde durante o resto do ano??!!

Pomadinha #2

Dezembro 19, 2006

Para provar que há um fundo de verdade nas minhas mucosas nasais (para além de outras coisas que agora não vêm ao caso), é favor ler isto.

Agradeço ao Google o acréscimo de sapiência, embora não deixe de ser deprimente saber que uma parte do meu corpo está, neste momento, a cheirar a Alabote.

Pomadinha

Dezembro 19, 2006

Há uma verdade que precisa ser revelada. Um mito que dura há anos – quiçá há décadas – e que nunca ninguém teve a coragem de desfazer. Mas hoje, meus caros, é o dia que a História recordará para todo o sempre.











O Halibut cheira a peixe.
(ou então o que eu comprei está estragado)

Mãe há só uma e a minha é teimosa

Dezembro 19, 2006

A mãe gostou. E leu as trezentas e setenta páginas de uma assentada, madrugada adentro (ai esses olhos...). Mas fez questão de me contrariar. Sobrepôs-se aos ouvidos tapados e ao meu la la la infantil e desafinado e fustigou-me, como seria de esperar, com mais do que o permitido "está engraçado".

Artilhada com a minha recentemente adquirida non-romantic vision of life, arrumei o assunto respondendo "Para quê?".

Dos bytes aos átomos ou Muitos parabéns, minha Mãe

Dezembro 15, 2006

Numa noite de trovoada, um relâmpago disse-me:
ESCREVE!
Eu virei-me para o lado
e continuei a dormir.



O "****** *******" foi o meu primeiro blog a sério.
Durante dois anos, dois meses e duas semanas, alinhavei letras, episódios, reflexões, confissões, desvarios.
Um pouco de mim (demasiado, às vezes). Não sei para quê e muito menos por quê.
Apeteceu-me e é só.

É provável e quase certo que tenha imprecisões. E gralhas.
E coisas que, se não tivessem sido escritas, podiam ter
contribuído para a paz mundial.
(Estudos científicos provam que meio segundo
de hesitação a carregar na tecla enter fazem realmente a diferença.
Por desafortunada coincidência, não uso relógio.)
Paciência.

Esta é a primeira (e, felizmente, única e última) edição em papel.
E é para a minha Mãe.

(Mãe, não quero comentários, nem críticas, nem um único
"ó minha filha...", ok?
... bom, se quiseres dizer que está engraçado, eu deixo...
mas mais nada!)


Cinco beijinhos
(um na testa,
outro no nariz,
outro no queixo,
outro na bochecha direita e
outro na bochecha esquerda)
e muitos, muitos, muitos

Parabéns.



15 Dezembro 2006

Dos bytes aos atómos

Dezembro 14, 2006

Existe um blog antes deste. Um blog onde deixei dois anos, dois meses e duas semanas de escritos. A ideia e a vontade de guardar todo esse tempo é tão antiga como o blog em si. Com a mudança para a nova plataforma, a ideia virou obsessão. Com o aproximar de uma data especial, a obsessão foi ganhando corpo.

Ao fim de umas boas e longas horas de trabalho, com alguns ARRRRRGHHHHHHH e outros YEEEEEEEEE de permeio, tenho defronte dos meus olhos vermelhos e lacrimejantes um maço de 185 folhas de 80 gramas impressas de um lado e do outro.

gerir blog, personalizar modelo, principal, inserir HTML do campo dos comentários, gravar, republicar blog, republicar todos os ficheiros, abrir no browser, guardar, abrir no word, converter tabelas, re-converter tabelas, re-re-converter tabelas, re-re-re-converter tabelas, formatar texto, gravar macro, usar macro, repetir gravação da macro porque me esqueci de um passo, repetir macro, editar links, inserir notas de rodapé, pré-visualizar, rebootar PC porque bloqueou, abrir novamente no word e repetir todos os passos, pré-visualizar, imprimir página de teste, mandar os estilos e as macros do word para um certo sítio e gravar ficheiro como HTML para poder editar a CSS no notepad, gravar, reabrir no word, corrigir quebras de página, paginar, escrever nota prévia, fazer capa, pré-visualizar, imprimir versão final, interromper impressão porque a paginação está errada, re-paginar, pré-visualizar, re-imprimir, encadernar a quente, desistir porque é muito papel, re-encadernar com argolas, re-re-encadernar porque um dos plásticos está riscado, folhear arte final, sorrir

(sim, foi cansativo)

Caramba... dois anos, dois meses e duas semanas.
Tanto.

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