My precious
Setembro 18, 2006
Eu, acenando o papel: Recebi esta carta em casa, a dizer que podia vir buscar o meu cartão de utente.
Funcionário, com ar de enfado: É só até às 17 horas.
Eu, acenando o papel com mais convicção e mostrando o meu sorriso número trinta e sete: Aqui diz que é até às 18 horas.
Funcionário, apontando para o relógio, que marca 18h02: Já passa das 18 horas.
Eu, com o meu sorriso número trinta e oito: Quando cá cheguei, faltavam cinco minutos para as 18.
Funcionário, continuando a apontar para o relógio: Mas agora já passa.
Eu, com o meu sorriso número trinta e nove: Se quiser, volto cá amanhã.
Funcionário, ainda enfadado mas agora espantado com o meu vasto leque de sorrisos: Não, não, deixe estar. Dê cá o papel.
Um minuto depois deste violento confronto enfado vs sorrisos e após ter passado setecentos e setenta e sete dias com uma folha A4 carimbada a azul dobrada na carteira, tinha nas mãos o mais bonito cartão do Serviço Nacional de Saúde que já vi na vida: o meu!
Funcionário, com ar de enfado: É só até às 17 horas.
Eu, acenando o papel com mais convicção e mostrando o meu sorriso número trinta e sete: Aqui diz que é até às 18 horas.
Funcionário, apontando para o relógio, que marca 18h02: Já passa das 18 horas.
Eu, com o meu sorriso número trinta e oito: Quando cá cheguei, faltavam cinco minutos para as 18.
Funcionário, continuando a apontar para o relógio: Mas agora já passa.
Eu, com o meu sorriso número trinta e nove: Se quiser, volto cá amanhã.
Funcionário, ainda enfadado mas agora espantado com o meu vasto leque de sorrisos: Não, não, deixe estar. Dê cá o papel.
Um minuto depois deste violento confronto enfado vs sorrisos e após ter passado setecentos e setenta e sete dias com uma folha A4 carimbada a azul dobrada na carteira, tinha nas mãos o mais bonito cartão do Serviço Nacional de Saúde que já vi na vida: o meu!