A princesa e a ervilha
Maio 15, 2006
Eu consigo, quase a desmaiar de sono, utilizar um berbequim estando de cócoras, em equilíbrio instável e posição cómica, e não falhar um único furo.
Eu consigo, quase a desmaiar de sono, colocar calhas para gavetas no tampo de uma secretária, estando toda torta debaixo dela e com mais ferramentas que espaço nas mãos, e aparafusar tudo à esquadria à primeira tentativa.
Eu consigo, quase a desmaiar de sono, entrar numa arrecadação de lanterna na mão e encontrar rapidamente a tábua que preciso, sem esbarrar contra nenhuma teia de aranha, nem deixar cair nada em cima dos pés, nem bater com a cabeça em lado nenhum.
Mas!... mas... quando vou tirar carapaus da arca para o almoço do dia seguinte, espeto logo o dedo numa espinha ou barbatana ou lá o que %&#$%! é aquilo que os peixes têm no dorso, rasgo a pele e faço um buraco que, dois dias depois, ainda me dói.
Eu consigo, quase a desmaiar de sono, colocar calhas para gavetas no tampo de uma secretária, estando toda torta debaixo dela e com mais ferramentas que espaço nas mãos, e aparafusar tudo à esquadria à primeira tentativa.
Eu consigo, quase a desmaiar de sono, entrar numa arrecadação de lanterna na mão e encontrar rapidamente a tábua que preciso, sem esbarrar contra nenhuma teia de aranha, nem deixar cair nada em cima dos pés, nem bater com a cabeça em lado nenhum.
Mas!... mas... quando vou tirar carapaus da arca para o almoço do dia seguinte, espeto logo o dedo numa espinha ou barbatana ou lá o que %&#$%! é aquilo que os peixes têm no dorso, rasgo a pele e faço um buraco que, dois dias depois, ainda me dói.