Quo vadis

O microondas avariado foi para a reciclagem, à troca (era bom, era) por um novo. O microondas novo é branco e tem funções que nunca mais acabam. Ainda ontem lhe descobri um botão que não sei para que serve. A minha preguiça mental já chegou ao ponto de me bastar saber mexer no temporizador e no on/off. A porta parece a de um tanque de guerra; o marido diz que se sente a abrir um Mercedes quando lhe mexe, mas eu acho que ele ainda está a ressacar da despedida do outro.

(Em pleno cais do armazém da loja onde comprámos o novo, com o vendedor prestes a agarrar no antigo para o atirar para o monte da reciclagem, o marido sai-se com um "e se ficássemos com ele durante mais um tempo?". Aparentemente, não lhe fazia confusão que deitasse faíscas e cheirasse a queimado quando o ligávamos.)

Há uma semana que tenho menos um dente do siso e, sim, é mesmo verdade que os superiores são mais fáceis. Em dez minutos tinha a coisa resolvida e graças à minha (falta de) vergonha, trouxe um espelho-daqueles-para-ver-os-dentes-de-cima comigo. Passei o fim-de-semana seguinte a comer gelados e gelatina, o que até não foi mau.

O Sistema Nacional de Saúde tem episódios como chamar as pessoas para intervenções cirúrgicas, submetê-las a todos os exames alegadamente necessários, transformar os braços em passadores e, ao fim de um dia inteiro de espera a deambular pela enfermaria de um Hospital, mandá-las de volta para casa dizendo que o caso não é urgente. Há que lá voltar uma semana depois e tentar rir com a situação, porque rir faz bem ao coração.

(E o que nos lixa é sempre o coração.)

Comprei umas sandálias cor-de-laranja que fazem os meus pés parecerem suecos de tão brancos. O contraste agradou-me de tal maneira que ponderei levá-las calçadas para o trabalho, mas

opa

Vou de férias.

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publicado por outrosdias às 17:34
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